quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Contos Inacabados: Vingança do Passado - parte II

Tudo era tão fácil que Thysyrael suspeitava de uma armadilha óbvia, mas sua curiosidade e ao mesmo tempo a vontade de rever Vivian, lhe apertavam o coração. Ultrapassar tudo o que precisou até chegar ao lar de Belial foi fácil para um bardo que carregava tantas quinquilharias da arte da fuga e do ocultamento. 


O castelo de Belial certamente era algo inesquecível para quem primeiro via. Grande, e de tirar o ar dos pulmões por sua beleza exótica. Infelizmente a situação lhe exigiu atenção e foco como nunca.


Conforme adentrou o castelo, não encontrou ninguém de especial, apenas servos , demonios e diabos de castas baixíssimas. Busca que chegou a averiguar todos os 300 quartos até terminar no salão principal, onde Belial aguardava calmamente. Era como se fosse um salão de boas vindas e por mais que soubesse que aquilo era uma armadilha, não encontrava o que queria. E num longo suspiro, finalmente resolveu mostrar-se para o príncipe perverso. Seus passos estavam cheios de insegurança, revelar-se para o demônio significava ter que jogar o jogo dele. 

- Ahhh, o bardo harpista. Me perguntei taaaaaantas vezes quando ia aparecer, depois que acabei com cada um de seus amiguinhos. - Sua voz era manipuladora, mas não incitava isso diretamente, pelo contrário, carregava um ar debochante e irritante. 

Thysyrael estava em cheque, algo que nem imaginava o quanto estava para cair profundamente.

- Eu quero saber o paradeiro de cada um. - Retrucou o bardo sem saber se iria receber a resposta.

- Ora, quanta pressa. Está com sede? - E num estralar de dedos, servos traziam uma jarra de porcelana cheio de vinho, onde serviam para o bardo.

- ... - Por um segundo, Thysyrael quis explodir de nervosismo, mas acabou apanhando a taça e bebendo de seu conteúdo. Por incrível que parecesse, era um vinho de boa qualidade. 

Observando o bardo beber, Belial olhava para os lados e duas criaturas se aproximaram. Uma era familiar de imediato, Castro. Aquele Castro que tinha dado todas as informações de Astarta para Belial, aquele Castro que ficou conhecido como o maior traidor da história. Embora não carregasse aquele ar todo de ego inflado de sempre, teria um mínimo de culpa em suas costas, culpa que havia desgastado o homem e envelhecido ele por vários anos. 
Por um segundo, evitou de beber todo o conteúdo. 

- Envelheceste bastante, Castro. - E foi a única coisa que Thysyrael commentou. Voltou a beber do vinho enquanto observava a segunda figura. Esta pessoa era levemente familiar, apesar de ser vulgar e ao mesmo tempo bela, na forma demoníaca. 

- Vejo que ainda tem dificuldade de reconhecer esta pessoa. - Belial apontou a demona com a mão. - Minha esposa, Vivian Wassev.


Continua...



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Contos Inacabados: Vingança do Passado - parte I

Era a chegada a hora. Todos haviam sido dispensados e não necessitava mais esperar por ninguém. Sozinho na floresta branca de neve, o bardo finalmente começou sua jornada para ir buscar o paradeiro da Amandil Vivian. Havia pego imunidade diplomática com todos aqueles inimigos de Belial, e a única coisa que podia peitar ele eram praticamente as tropas e os generais que eram os paladinos da ordem caída.

Agora não mais podia caminhar e tocar de seu instrumento, precisava ser discreto e sutil. E o único modo de não chamar a atenção, sem usar nenhuma magia arcana era se esconder em sua capa de invisibilidade e prosseguir até onde nenhum infernal ou abissal pudesse detectá-lo pelo caminho. Contava em não encontrar nenhuma surpresa como os lordes das profundezas ou mesmo os dragões negros que tinham se aliado a Belial. E assim, cidade por cidade, foi se aproximando mais das bordas do império do príncipe. Mas de forma esperada, a segurança estava bem mais apertada para um ser sozinho infiltrar. Thysrael estava sólo e não podia desperdiçar NADA. 

- Deve existir algum burro no caminho, não pode ser... que a segurança seja tão boa assim.

O único problema de prosseguir era que aqueles monstros não dormiam, como ele. Por mais que tenha passado dias para observar alguma coisa em comum, aquelas criaturas eram próximo dos deuses, e isso dificultava para o bardo. 

E conforme os dias foram passando, apenas uma luz apareceu-se naquelas terras nubladas. Os humanos psiônicos de Scarlet organizavam uma tropa de quantidade colossal. Era a primeira falha que iria ser criado.

...