segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Contos Inacabados: Vingança do Passado - parte III

"Tão frio... tão solitário... tão escuro... é difícil saber se são meus pensamentos ou minha própria voz que ouço. E mesmo assim... ela cuida de mim todas as noites, mas a mando dele."



Ira e desespero cegam os olhos dos mais inteligentes e até mais controlados quando possuem sua fraqueza atingido e usado contra. E não era exceção para Thysyrael. O mestiço se descontrolou e invocou a magia mais poderosa que possuía. Quatro gigantescas esferas de fogo lançaram-se de suas mãos e bombardearam onde Belial estava. Um turbilhão seguido de uma curtina de fumaça se ergueram, mas as esferas de fogo não pararam. Thysyrael continuou a chamar suas bolas de fogo sem parar. E cada vez, menos potentes, cada vez menos variedades, até uma última esfera de fogo atingir o nada dentro de uma área cheio de fumaça e fogo incendiário.

- Hahahahahahahahaahaahaaahaaahaaaaahaaaahaaaaaaaaaaaahaaaaaaaaaaa. Queeee piada. Tentou ser um mago por acaso? Ou no caso seria feiticeiro? 

A fadiga tomava conta dos braços do bardo mestiço, assim como seu corpo todo. E mesmo assim, a voz de Belial, dentro de tanta fumaçaria, ria, gargalhava, debochava e ainda humilhava. Não se perguntava o como ele teria sobrevivido, mas esperava que seu esforço tivesse feito um arranhão pelo menos, ou no caso, uma queimadura, talvez? Mas a fumaça quando cedeu, junto a uma lufada de vento feita por Castro, esclareceu o que estava acontecendo. Belial se quer tinha movido um músculo, mas seus dois subordinados simplesmente o protegeram com suas melhores magias de proteção. Do lado direito do príncipe perverso, simplesmente estava a clériga mais poderosa de Astarta; do lado esquerdo, simplesmente um dos magos mais poderosos de Astarta.

- Esplendido! Magnifico show de fogos de artifício! É de se admirar, Thysyrael! Não quer mesmo se juntar ao meu lado?

Belial chegou a apanhar uma adaga da lateral de seu trono, uma das várias armas que tinham alí ao seu lado ao seu dispor quando bem entendesse. E claro, esperava o bardo responder. Mas resposta era o que o príncipe não ia receber. Se não podia com magia, usaria sua arma mais poderosa. A flauta que deslizava de sua cintura para suas mãos e logo em sua boca. Segundos, antes de receber uma adaga voadora diretamente contra seu instrumento, partindo-a em dois e ainda deixando um leve corte nos lábios do bardo.

- Não, não, não deixaria que isso acontecesse. 

Com as opções cada vez mais estreitas, teria de usar Emerik e assim fez, desembanhou a espada de aura avermelhada.

- Hmmm, brilhante, o que pretende? Tentar me golpear? Não me faça rir.

E mesmo assim, partiu com uma determinação veemente em acabar com o príncipe com suas próprias mãos. Belial reagiu rápido, sacando uma espada longa também da lateral de seu trono. Teve tempo suficiente para se levantar e esperar, a posição disciplinada de um espadachim nato, esperando seu oponente simplesmente atacar para desferir o contra-golpe. E antes mesmo que aquela espada vermelha atingisse sua carne demoníaca, a espada de Belial, apontada para baixo, subiu conforme seu braço e sua mão faziam, como uma extensão. Sua lâmina atingiu a mão direita de Thysyrael, decepando metade do anelar esquerdo, subindo enquanto separava toda a extensão do osso do dedo do meio até o pulso para depois decepar praticamente todo o antebraço direito do bardo.

- Valeu todas as suas tentativas. Infelizmente foi solitário. Quem sabe se a arqueira e a barda estivessem aqui, talvez tivesse uma pequenina e minuscula chance?

O choque de ser decepado, a dor inunda tão rápido que alguns se quer têm tempo de agonizar de dor, a pessoa simplesmente apaga, e assim foi com Thysyrael.

- Tratem-no, quero que ele sobreviva para ser humilhado todos os dias. É gostoso ver gente que perde o gosto pela vida. E Vivian, eu quero que você cuide dele.

Continua...