segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Contos de Tinta II - Dragoa Cega



Há mais de 40 anos atrás, tive a oportunidade de encontra um dragoa de prata chamada Alyrhyrelarn, ela era nova, provavelmente não passava de seus 20 anos de idade. Era uma criatura que adorava andar entre os humanos e mortais, sempre adotando a forma hominídea de Fey, alegando que eram esteticamente mais elegantes, esbeltas e claro, sem mencionar a beleza estonteante. Diferente de seus irmãos e irmãs de cria, acabou adotando um forte senso protetor dos mais fracos. Alyrhyrelarn era doce como pessoa, ao ponto de chegar numa ingenuidade e inocencia indescritível.

A fama da draconica chegou a se espalhar por onde frequentava óbviamente, mas eram vilarejos que eram ocultos, discretos e somente em épocas de seca, sua presença abençoava com a transição de nuvens pesadas e carregadas, regando todas as plantações. Curiosamente, aqueles que chegaram perto da feiticeira das chuvas, diziam que ela mesma possuía um perfume que relembrava a chuva. 

E com o passar do tempo, apesar de saberem de sua presença, seu nome foi o único empecilho que não foi possível decorar por mas que os vilarejos respeitassem Alyrhyrelarn. Por tantas tentativas, um bardo passageiro de uma viagem resolveu dar à figura quase-entidade, o nome de Ariela, por se assemelhar fonéticamente, e por ser bem mais fácil pronunciar. 

E enfim, Ariela, criança que trazia água, significava boa colheita, e nunca mais seca. Ariela visitou sempre os mesmos vilarejos locais, se limitando a ser discreta, não querendo chamar a atenção desnecessária. Suas visitas esporádicas acabaram formando um círculo de vilarejos que recebiam sua benção. Juntando todo o círculo, a população não passava de 80 habitantes, eram poucos adultos, mas  conseguiam ser quase auto-suficientes para serem tão isolados. Praticamente era uma terra enorme, uma única fazenda onde foi dividida entre quatro famílias que ficariam responsáveis pelas plantações, colheitas, e criações de animais.

Com o assar dos anos, o nome de Ariela cresceu e chamou a ateção dos vizinhos inevitávelmente. Seus feitios acabaram virando notícias que se espalharam entre algumas caravanas de comerciantes. Sua fama cresceu a ponto de se tornar uma entidade por completo, apesar de não ostentar todo esse poder. Mas a fama toda acabou se tornando uma lamina de dois gumes. Saques começavam a ocorrer pelas fazendas, que por sua vez começaram a ocorrer sequestros e logo com a falta de fiança para o que era demandado, mortes. E o pior que a maioria acabou sendo alvo os próprios adultos. Adultos que eram ainda uma minoria num vilarejo com bastante adolescentes que ajudavam seus pais nos trabalhos braçais. 

A falta de adultos começou a ser significativo. E crianças estavam ficando órfãs, sem saber o que fazer pela frente. Ariela não teve outra opção se não fazer algo. Agiu rapidamente em espantar esses bandidos, e ao mesmo tempo acabou adotando essas várias crianças para cuidar. E durante seu trabalho, foi capaz de acabar com tribos e mercenários que se aproveitavam da indefesa do círculo de vilarejos.

Infelizmente Ariela acabou chamando mais atenção. Não era mais só uma entidade presente para trazer benção nas colheitas, agora era a guardiã. 

A maior falha, que certamente selaria o destino do círculo de vilarejos foi o fato da dragoa não ter capacidade de treinar um grupo para defender, sem que dependessem dela por completo. E cedo ou tarde alguém iria explorar esse erro.

Se sentindo responsável pelo numero grande de órfãos, Ariela adotou todos eles para cuidar até ficarem responsáveis e atingissem a maioridade. Logo precisou de um lar, apertado para seu gosto, mas grande o suficiente para abrigar as crianças. Começou inicialmente com uma família inteira de onze, onde cuidaria mesmo com a falta de disciplina. Esse número cresceu a medida que sua fama ainda estava subindo como guardiã, chegando ao ápice de cuidar ao todo de 27 crianças. Trabalho cansativo, mesmo sendo ainda apenas uma jovem draconiana, acabou recebendo ajuda da mais velha da turma. 

Celine era a mais velha e fazia parte do primeiro grupo que Ariela adotou. Era filha de pai que fora ex soldado, e mãe camponesa. Celine não iria poder assumir tão logo a fazenda deixada por seus pais e lentamente começou a se tornar uma segunda mãe. Sua capacidade de amadurecer era da velocidade de um mortal, de uma humana, e tão logo se tornou mais madura que Ariela. 

Com a calmaria, e com um grande pesar, Celine acabou se casando com um jovem que arcaria com a fazenda deixada pela família da garota. E rapidamente se juntaram para continuar a manter as terras férteis e suficientes de cultivo. Ariela sentiu o grande pesar de perder não só alguém que lhe ajudava bastante, mas uma irmã.

Prosperidade levou com que Ariela reduzisse para apenas sete crianças no orfanato. Nesse meio tempo recebeu ajuda não só do círculo, mas também de sua irmã e amiga Celine e de um bardo que constantemente viajava, sempre trazendo novidades do mundo lá fora e muitos livros, o que acabou amamentando a sede de querer conhecer o que poderia existir além do vilarejo para qualquer um ali. Toda a noite em que esse bardo passava a noite, contava alguma aventura ou alguma história diferente para as crianças. Vir para o círculo era sempre uma grande expectativa, pois quando o bardo não dispunha nenhuma história, vinha com alguma supresa, e muitas delas eram fogos de artifício.

As vezes que veio, apresentou-se como "Canção da Água", era um bardo mestiço de humano com elfo que certamente chamava a atenção, não só por sua linhagem mas pelo seu ar misterioso que sempre guardava consigo. 

Infelizmente tempos de calmaria duram pouco, sempre quando existe alguma força grande presente, acaba atraindo atenção, e muitas vezes olhos indesejados. O fato de uma dragoa ser a guardiã atraiu os olhos da infame General Esdese. Conhecida por suas conquistas de modo violento, repulsivo e horripilante como também alguém que era extremamente manipuladora. Seus comandantes eram escolhidos a dedo por ela, cada um possuindo uma característica em especial que o faria merecer o seu lugar. E ao saber das notícias de uma dragoa que deveria perfeitamente lhe servir para o futuro que talharia pela frente, mandou aquele que melhor poderia se infiltrar, e usar qualquer método necessário para obter o que precisava. Denkel, assassino conhecido por suas táticas cruéis e perito em atingir nos pontos fracos por sua calma, sempre tomando o tempo necessário para investigar.



As visitas do bardo ganharam certa constante com o passar do tempo. E sem que a própria dragoa notasse, estava já admirando aquela criatura. Como qualquer outro bardo, era misterioso, cheio de segredos que atiçavam qualquer mulher que chamava a atenção, e isso não excluiu Ariela. E com cada visita, a dragoa com sua forma feérica, acabou sempre caprichando mais em sua aparência, vestido e mesmo em seu visual todo. Mesmo não sendo a forma real, de dragoa, vivera tempo suficiente entre os mortais para entender o que era beleza.

Era um dia qualquer, os rumores que o bardo vinha de viagem e faria provavelmente alguma apresentação circulava como um vírus em uma população densa. E simplesmente, nesta tarde qualquer, o bardo tinha chego ao vilarejo e sem demoras, havia levado as crianças para um passeio. Ariela certamente ficou despreocupada com isso e tratou de adiantar as tarefas o máximo que pode para ter o dia seguinte e o resto da noite livre com o bardo, após as crianças dormirem.

Aquela noite era uma noite aguardada para Ariela. Há tempos esperava para conversar com Thysyrael. Tinha vontade de tentar se pronunciar, mostrar não só a atração ou a admiração que sentia por ele, era algo que desenvolvia com o tempo, um sentimento que não conseguia exlicar e sua respiração acelerava conforme seus pensamentos caíam sobre o jovem mestiço.

Retornou em passos leves enquanto cantarolava pelo caminho todo. Mesmo Celine, que recebera a visita de Ariela alguns minutos atrás havia notado o quanto a dragoa estava diferente, feliz e radiante apela primeira vez naquela magnitude.

Ariela chegou no vilarejo para apenas sentir um forte cheiro de sangue em suas narinas aguçadas. Calafrios desceram de sua nuca de pelos eriçados até a ponta de sua espinha conforme ia se aproximando do orfanato. Cada passo dado era uma sensação pior. E logo depois do odor forte, a ausência das pessoas começavam a acelerar seu coração. Não sabia o que pensar, não era para nada disso acontecer, e por fim, o que tinha acontecido?

Os corpos daqueles que frequentavam o vilarejo jaziam esquartejados, tingindo as paredes de fora do orfanato. O que antes eram paredes amarronzadas, agora eram puramente avermelhadas. Aquele cenário desumano foi como um aperto que tirou o ar dos pulmões de Ariela. Perdeu as forças rapidamente e caiu de joelhos enquanto colocava a mão sobre seu peitoral, agarrando suas roupas tão firmemente que machucava a própria mão.

Uma apresentação de horrores, as tochas estavam acesas, e indicava que dentro do orfanato tinha alguma atividade. Evitando ao máximo tocar em qualquer coisa com seus passos cambaleantes, Ariela prosseguiu pela entrada principal e passou pela porta que estava escancaradamente aberta. Seu estômago revirou e apertou como nunca. Nunca tinha passado tanto nervosismo na sua vida. Cautelosa, seus pés delicados que calçavam botas da mesma escala de delicadeza era quase como se tocasse o chão com os pés nus. Silenciosa e furtiva seguiu um passo após o outro sem a mínima vontade de encontrar mais surpresas indesejadas. Seu olfato distinguia o quão fresco as presenças podiam ser. E certamente sentia o odor do Bardo e das crianças. Sua audição aos poucos ouvia a música que se iniciara, e pelos tons usados, Ariela reconhecia de imediato que era o lute de Thysyrael. Aquilo tudo ainda não lhe tinha descido e achava que podia ser uma brincadeira, e uma brincadeira de muito mal gosto. Sem esperar muito, e menos furtiva também, seguiu para o andar de cima onde esbarrava no último degrau para cair em algo macio.

A música parava de imediato e Ariela notava que tinha caido nos braços de uma das crianças, mas de corpo gelado. Relutou em entender de primeira, e se afastou um pouco para conseguir se levantar e ver aquele mar de corpos degolados e espalhados pelo andar todo. E não muito longe da dragoa, Thysyrael a olhava com um sorriso na boca, enquanto usava do instrumento como arma para bater violentamente contra o rosto de Ariela.

- Virtuoso! Tu podes ver minha arte, minha querida Ariela! Compreendes que essa escala será relembrada para sempre? - Dizia de forma um tanto doentia e vil, enquanto desferia outro baque com o instrumento. - E logo poderá se juntar a eles! Não poderia ser mais magnífico que isto! Serás o centro de minha obra de arte!

O problema que aquele não era Thysyrael, não era o bardo que Ariela conhecia. Mas era uma replica perfeita. O acento, o cheiro, o jeito, capaz mesmo até de enganar até um dragão. Denkel, o assassino mestre de disfarce.

Bater com o instrumento em seu rosto não era muito significativo. Ariela poderia resistir se estivesse em um dia normal. E a cada batida, ganhava agora um hematoma, um inchasso que mais tarde faria diferença. Estava perdendo a figura de fey que tinha, sua concentração caindo conforme cada encontro. Sem conseguir manter mais sua aparência, foi obrigada a voltar em forma dracônica.

O assassino aproveitou-se desse momento e usou várias agulhas pequenas que estavam escondidas em seu instrumento e disparou contra o rosto da dragoa que se encontrava pasmada ainda e sem reação. Ariela perdeu a visão apartir desse dia. Seu grito estraçalhou todos os vidros daquele quarto e pode ser ouvido por mais de centenas de metros, suficiente para atrair a atenção de Celine que vivia na fazenda próxima ao vilarejo.



Quando o bardo mestiço chegou ao vilarejo, foi atacado de prima pela dragoa. Recebeu uma mordida violenta suficiente para deixar cicatriz, mas era uma cicatriz que mais o feriu na alma. Ao berro de dor, veio o choro do jovem rapaz, não demorando muito para cair na inconsciência.

- Pare Ariela! Você sabe muito bem que não poderia ter sido ele! Canção da Água não faria isso! Pense bem! - E como uma pancada forte as palavras de Celine foram como uma pancada forte no estomago embrulhado de Ariela. Aquele homem que um dia ela admirou era seu inimigo e ao mesmo tempo não era e agora tinha machucado ele. Deu um grunido e fugiu. Ariela fugiu para nunca mais ser visto. Enquanto que Celine levou o único sobrevivente da vila para cuidar até que o mesmo tivesse forças o suficiente para se levantar.

~[FIM]~

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Contos Inacabados: Vingança do Passado - parte III

"Tão frio... tão solitário... tão escuro... é difícil saber se são meus pensamentos ou minha própria voz que ouço. E mesmo assim... ela cuida de mim todas as noites, mas a mando dele."



Ira e desespero cegam os olhos dos mais inteligentes e até mais controlados quando possuem sua fraqueza atingido e usado contra. E não era exceção para Thysyrael. O mestiço se descontrolou e invocou a magia mais poderosa que possuía. Quatro gigantescas esferas de fogo lançaram-se de suas mãos e bombardearam onde Belial estava. Um turbilhão seguido de uma curtina de fumaça se ergueram, mas as esferas de fogo não pararam. Thysyrael continuou a chamar suas bolas de fogo sem parar. E cada vez, menos potentes, cada vez menos variedades, até uma última esfera de fogo atingir o nada dentro de uma área cheio de fumaça e fogo incendiário.

- Hahahahahahahahaahaahaaahaaahaaaaahaaaahaaaaaaaaaaaahaaaaaaaaaaa. Queeee piada. Tentou ser um mago por acaso? Ou no caso seria feiticeiro? 

A fadiga tomava conta dos braços do bardo mestiço, assim como seu corpo todo. E mesmo assim, a voz de Belial, dentro de tanta fumaçaria, ria, gargalhava, debochava e ainda humilhava. Não se perguntava o como ele teria sobrevivido, mas esperava que seu esforço tivesse feito um arranhão pelo menos, ou no caso, uma queimadura, talvez? Mas a fumaça quando cedeu, junto a uma lufada de vento feita por Castro, esclareceu o que estava acontecendo. Belial se quer tinha movido um músculo, mas seus dois subordinados simplesmente o protegeram com suas melhores magias de proteção. Do lado direito do príncipe perverso, simplesmente estava a clériga mais poderosa de Astarta; do lado esquerdo, simplesmente um dos magos mais poderosos de Astarta.

- Esplendido! Magnifico show de fogos de artifício! É de se admirar, Thysyrael! Não quer mesmo se juntar ao meu lado?

Belial chegou a apanhar uma adaga da lateral de seu trono, uma das várias armas que tinham alí ao seu lado ao seu dispor quando bem entendesse. E claro, esperava o bardo responder. Mas resposta era o que o príncipe não ia receber. Se não podia com magia, usaria sua arma mais poderosa. A flauta que deslizava de sua cintura para suas mãos e logo em sua boca. Segundos, antes de receber uma adaga voadora diretamente contra seu instrumento, partindo-a em dois e ainda deixando um leve corte nos lábios do bardo.

- Não, não, não deixaria que isso acontecesse. 

Com as opções cada vez mais estreitas, teria de usar Emerik e assim fez, desembanhou a espada de aura avermelhada.

- Hmmm, brilhante, o que pretende? Tentar me golpear? Não me faça rir.

E mesmo assim, partiu com uma determinação veemente em acabar com o príncipe com suas próprias mãos. Belial reagiu rápido, sacando uma espada longa também da lateral de seu trono. Teve tempo suficiente para se levantar e esperar, a posição disciplinada de um espadachim nato, esperando seu oponente simplesmente atacar para desferir o contra-golpe. E antes mesmo que aquela espada vermelha atingisse sua carne demoníaca, a espada de Belial, apontada para baixo, subiu conforme seu braço e sua mão faziam, como uma extensão. Sua lâmina atingiu a mão direita de Thysyrael, decepando metade do anelar esquerdo, subindo enquanto separava toda a extensão do osso do dedo do meio até o pulso para depois decepar praticamente todo o antebraço direito do bardo.

- Valeu todas as suas tentativas. Infelizmente foi solitário. Quem sabe se a arqueira e a barda estivessem aqui, talvez tivesse uma pequenina e minuscula chance?

O choque de ser decepado, a dor inunda tão rápido que alguns se quer têm tempo de agonizar de dor, a pessoa simplesmente apaga, e assim foi com Thysyrael.

- Tratem-no, quero que ele sobreviva para ser humilhado todos os dias. É gostoso ver gente que perde o gosto pela vida. E Vivian, eu quero que você cuide dele.

Continua...

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Contos Inacabados: Vingança do Passado - parte II

Tudo era tão fácil que Thysyrael suspeitava de uma armadilha óbvia, mas sua curiosidade e ao mesmo tempo a vontade de rever Vivian, lhe apertavam o coração. Ultrapassar tudo o que precisou até chegar ao lar de Belial foi fácil para um bardo que carregava tantas quinquilharias da arte da fuga e do ocultamento. 


O castelo de Belial certamente era algo inesquecível para quem primeiro via. Grande, e de tirar o ar dos pulmões por sua beleza exótica. Infelizmente a situação lhe exigiu atenção e foco como nunca.


Conforme adentrou o castelo, não encontrou ninguém de especial, apenas servos , demonios e diabos de castas baixíssimas. Busca que chegou a averiguar todos os 300 quartos até terminar no salão principal, onde Belial aguardava calmamente. Era como se fosse um salão de boas vindas e por mais que soubesse que aquilo era uma armadilha, não encontrava o que queria. E num longo suspiro, finalmente resolveu mostrar-se para o príncipe perverso. Seus passos estavam cheios de insegurança, revelar-se para o demônio significava ter que jogar o jogo dele. 

- Ahhh, o bardo harpista. Me perguntei taaaaaantas vezes quando ia aparecer, depois que acabei com cada um de seus amiguinhos. - Sua voz era manipuladora, mas não incitava isso diretamente, pelo contrário, carregava um ar debochante e irritante. 

Thysyrael estava em cheque, algo que nem imaginava o quanto estava para cair profundamente.

- Eu quero saber o paradeiro de cada um. - Retrucou o bardo sem saber se iria receber a resposta.

- Ora, quanta pressa. Está com sede? - E num estralar de dedos, servos traziam uma jarra de porcelana cheio de vinho, onde serviam para o bardo.

- ... - Por um segundo, Thysyrael quis explodir de nervosismo, mas acabou apanhando a taça e bebendo de seu conteúdo. Por incrível que parecesse, era um vinho de boa qualidade. 

Observando o bardo beber, Belial olhava para os lados e duas criaturas se aproximaram. Uma era familiar de imediato, Castro. Aquele Castro que tinha dado todas as informações de Astarta para Belial, aquele Castro que ficou conhecido como o maior traidor da história. Embora não carregasse aquele ar todo de ego inflado de sempre, teria um mínimo de culpa em suas costas, culpa que havia desgastado o homem e envelhecido ele por vários anos. 
Por um segundo, evitou de beber todo o conteúdo. 

- Envelheceste bastante, Castro. - E foi a única coisa que Thysyrael commentou. Voltou a beber do vinho enquanto observava a segunda figura. Esta pessoa era levemente familiar, apesar de ser vulgar e ao mesmo tempo bela, na forma demoníaca. 

- Vejo que ainda tem dificuldade de reconhecer esta pessoa. - Belial apontou a demona com a mão. - Minha esposa, Vivian Wassev.


Continua...



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Contos Inacabados: Vingança do Passado - parte I

Era a chegada a hora. Todos haviam sido dispensados e não necessitava mais esperar por ninguém. Sozinho na floresta branca de neve, o bardo finalmente começou sua jornada para ir buscar o paradeiro da Amandil Vivian. Havia pego imunidade diplomática com todos aqueles inimigos de Belial, e a única coisa que podia peitar ele eram praticamente as tropas e os generais que eram os paladinos da ordem caída.

Agora não mais podia caminhar e tocar de seu instrumento, precisava ser discreto e sutil. E o único modo de não chamar a atenção, sem usar nenhuma magia arcana era se esconder em sua capa de invisibilidade e prosseguir até onde nenhum infernal ou abissal pudesse detectá-lo pelo caminho. Contava em não encontrar nenhuma surpresa como os lordes das profundezas ou mesmo os dragões negros que tinham se aliado a Belial. E assim, cidade por cidade, foi se aproximando mais das bordas do império do príncipe. Mas de forma esperada, a segurança estava bem mais apertada para um ser sozinho infiltrar. Thysrael estava sólo e não podia desperdiçar NADA. 

- Deve existir algum burro no caminho, não pode ser... que a segurança seja tão boa assim.

O único problema de prosseguir era que aqueles monstros não dormiam, como ele. Por mais que tenha passado dias para observar alguma coisa em comum, aquelas criaturas eram próximo dos deuses, e isso dificultava para o bardo. 

E conforme os dias foram passando, apenas uma luz apareceu-se naquelas terras nubladas. Os humanos psiônicos de Scarlet organizavam uma tropa de quantidade colossal. Era a primeira falha que iria ser criado.

...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Traição


Me parece que a corsária andou revelando mais do que devia. Se não for por bem, vai por mal. A começar com quem ficou em casa primeiro. O bom de ser bardo é que podemos enrolar bastaaaante as pessoas e conseguir o que queremos.

Pacto de Vingaça

                 

                 

                 


     Por muito tempo, pensei como poderia reunir forças para enfrentar Belial, o manipulador, o perverso, o príncipe da sedução entre tantos. Muitos caíram na tentação dele e aqueles que tentaram resistir, acabavam enfrentando o pior destino. Mas o tempo passou e o príncipe ganhou muitos inimigos, mesmo depois de ter derrubado Astarta, no lugar da capital que abrigava todos, nasceu a capital dos mortos-vivos que tornaram-se um número esmagador que mesmo os abissais e infernais teriam problemas para enfrentar. A independencia é uma arma poderosa.

E quando existe um interesse mútuo, pessoas influentes começam a se reunir, buscando sempre um jeito de não sujar as mãos e ao mesmo tempo ter o trabalho bem concluído. Agora tu deves ter uma pergunta na cabeça, seria melhor ter um mercenário para executar este serviço, não? Errado. Quando menciono que existe mútuo interesse, quer dizer que até a pessoa que deseja sujar as mãos está pronto para sacrificar o que precisa. 

E se esse é o único meio de conseguir para se aproximar de Belial, que seja. Como dito antes, só sinto muito pela genasi. E ainda bem que acabou. Me ajuda a preparar-me melhor para o que vai vir.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Falta pouco...

   Faltam poucos dias. Em poucos dias, a verdade vai aparecer. Vivian... poderei ver que caminho ela teve de ir... o que aconteceu com Castro, porque Tolini não mais contacta. É pesado. Quanto tempo ainda vou ter que esperar e segurar essa angústia? Afinal... prometi. Prometi e me vendi. Vendi tudo o que tinha. Vou poder me vingar. E o pior que terei de pedir perdão a muitos. Aquele que me espera pacientemente, não descobri seu nome real. Gostaria de conhecer um dia a Conhecedora dos Nomes.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Lobo solitário

   A verdade é que eu nunca fui realmente um ser que se adaptou bem a andar em grupos. Reforcei isso quando estive presente nos Justiceiros Sagrados e sinceramete? Não me sinto confortável. Talvez seja esse o motivo de ter perdido Vivian...

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Aqueles que não podem voltar

     Admito que existem muitas vezes que chegamos à corrupção que se quer existe a opção de voltar. Motivos para entrar nessa asquerosa e fria saída? Bem... vingança é uma delas. Charnel tornou-se diretamente um aliado de Belial quando era apenas um lich. Lich? Me pareço até ser simples ao dizer que era apenas um lich, mas dentro dos próprios mortos-vivos, eu diria que existem níveis diferentes e lich, como vampiro, conhecidos como os mortos-vivos mais mortais existentes, depende muito de quem era quando vivos. Mas Charnel é um caso aparte, claro, ele é um típico feiticeiro que nunca teve uma humanidade ou decência de bom senso... não, Charnel era um humano que se alimentava de carne élfica. Sua fome de poder, sua ansiedade em devorar tudo o que podia, o faria um exímio demônio da gula. 

Charnel foi "promovido" ao nível de demilich, um dos mortos-vivos imortais mais poderosos que existem. E com esse poder imenso, ele criou uma aberração do corpo de uma menina, Ainsley, a devoradora.

Mas a história de Charnel não termina aí. A promoção de Belial não foi suficiente para uma criatura sedenta como o demilich. Logo, o que o demônio controlador achava que tinha em possessão, tornou-se algo incontrolável e bem maior. Dependente antes de apenas uma filacteria, Charnel era fraco, mas com seis deles, nem mesmo Belial podia manter controle e com isso, ele resolveu atacar o maior inimigo do príncipe e mostrar seu poder. Charnel destruiu Astarta e separou-se dos abissais e infernais, criando um grupo só de mortos vivos ao seu controle. 

Bem... tudo isso não nasceu do nada... uma voz deu a chance e o conhecimento suficiente para o demilich, uma voz do exterior, uma voz, de um assassino de deuses... a voz de Kaleodormu.

domingo, 29 de julho de 2012

Vivian Wassev

Vivian Lerinya Nhmrhan Amandil Wassey foi a única mulher  que podia se julgar mais velha que minha pessoa com facilidade. Muitos dos nossos diálogos acabavam com ela dizendo ser mais velha do que a minha pessoa. E o pior, ela era mais velha. Três dígitos, pura sabedoria. A conheci quando contraí tuberculose e cuidou de mim por uma semana. Embora a doença não tenha sumido completamente, foi muito bom ter a presença desta pessoa. 

Confesso que no começo, o amor foi completamente platônico. Eu, um paciente que estava sendo cuidado por mãos de uma mulher que praticamente não mais buscava ter nenhuma relação desde a última vez. Foi difícil... foram noites tentando compor alguma música, outras tantas noites frustradas bebendo. Mas persistência é algo que acompanha a intensidade do amor quando se gosta de alguém. Foram longos anos, vivendo e pensando e Vivian.

Vivian tornou-se influente em várias sociedades, existem muito mais outros títulos que eu não seria capaz de nomear cada um, mas seus talentos foram reconhecidos até mesmo entre os celestiais. Recebeu título entre os elfos, entre os orcs(urgh), e mesmo entre os felinos. Sua habilidade de se comunicar, de compreender, de ensinar e mesmo de aprender com os outros eram suas maiores capacidades. Por causa disso aprendeu a respeitar cada cultura, aprendeu as diversas línguas e preconceito em sua presença nunca existiu.

Sacerdotisa influente era uma Harpista dos ranks elevados. Não era exatamente alguém que estava dentro das hierarquias comunais como eu estive, ela era convidada e especial. 

Me DÓI TANTO... desde que ela saiu com o grupo de Castro para frustar os planos de Charnel...  nunca mais retornou e foi dada como morta. Ressureição? HÁ! Belial tem costume de se alimentar com a alma de suas vítimas. Justo... quando pensávamos nos unir...







sexta-feira, 27 de julho de 2012

Contos de Tinta I

Belial, o rei de Phlegethos, e pai de Fierna. Há anos atrás quando sua busca por poder acabou em uma derrota vergonhosa, Tymoffarar e seu pai resolveram por aprisionar o o rei da quarta camada, onde colocariam-no num torpor por alguns anos. Isto desencadeou na herdeira do trono dominar Phlegethos e casar-se finalmente com Glasya, Lady do sexto. 

Sem poder nenhum, Belial e um pequeno número de infernais foram confinados a um plano minúsculo onde teriam de batalhar eternalmente contra criaturas amaldiçoadas.

Por anos Tymofarrar manteve Belial aquietado em sua prisão, mas o dragão branco não possuía uma boa índole como seu pai, pelo contrário, era ruim e gostava de maltratar seus servos kobolds escravizados sempre que podia. A lenda de Deekin, o bardo Kobold nasceu com este dragão branco.

Com a chegada do herói criado por Mestre Drogan, Tymofarrar foi mais tarde derrotado e Belial finalmente conseguiu se libertar de seu primeiro grilhão. Seu poder ainda estava limitado, mas dentro daquele plano que tantas criaturas foram aprisionadas, por séculos, melhoraram sua índole até mesmo nascer os resquícios de luz e bondade. Belial ainda aproveitou-se disso para fortalecer suas forças e começou a finalmente manipular algumas peças daquele enorme tabuleiro de xadrez de tantos jogadores para sobrarem apenas alguns.

E conforme o tempo foi passando, Belial conseguiu diminuir tudo para três grandes forças, obrigando a muitas criaturas se unirem ou desunirem. Astarta e Scarlet se tornaram grandes potências para parar as forças armadas de Belial, mas só o tempo que corre diferente neste plano poderia dizer como seria o fim.

Quem diria.... Belial... conseguiu esmagar Astarta e manipular Scarlet...

Saudade do lar

A parte mais odiosa de sair em busca de algo é com certeza o fim. O fim significa o fim da aventura, separação e claro, dependendo da situação, ficar de cama com o suporte de curandeiros por dias! Antes era um tanto divertido, mas hoje em dia? Eu não aguento ficar de cama, esperando sentado meu corpo curar minhas feridas e arranhões. Sempre acontece alguma coisa durante a viagem, e isso me incomoda. 

A verdade é que sinto dos cuidados dela. *Suspira* Mesmo que no fim todos se separassem, ela andava comigo. Era cuidadosa e delicada. 

Hoje é mais um dia. Estou de braços apoiados na escrivaninha, e meu queixo sobre eles. Ultimamente tenho um desanimo de me mover ou até mesmo escrever. Ainda bem que para isso existem os livros e os teatros aqui em Astarta. Pensar que tinha uma vida nomade e em breve terei de velejar para uma reunião numa terra distante daqui? Me dá desgosto. Talvez fosse uma criatura mais animada porque não tinha obrigações. 


Ultimamente tenho visto a lua poucas vezes, essas quatrigêmeas não são tão animadoras como Selune. Sinto saudade do brilho daquela lua branca e bem clara de noite. 


Encarar Belial... sem meus companheiros Harpistas vai ser mais difícil do que imaginava. Até mais tarde.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Contos Sem Fim II - Desesperos de um traidor (parte III)

- Muito bem Tolini, não temos o luxo de partir e enfrentar tudo o que vier pela frente. Faremos o seguinte... invadiremos a tenda que a tal de Ainsley permanecer. Vamos apenas esperar chegar a luz do dia, que é o horário que os mortos vivos estão mais fracos.

Nisso, Castro e Tolini então planejaram uma emboscada para parar Ainsley e assim causar uma grande baixa para os mortos vivos. E conforme chegou o dia, o raiar do sol onde os mortos-vivos começavam a se recolher, o grupo de harpistas iniciou seu plano, chegando sucessivamente até a tenda da tal porta-voz de Charnel, a general Ainsley.

Estava tudo escuro, algo de se esperar quando se lidava com esses tipos de criaturas. Mas quem estava aguardando alí era muito mais do que a general Ainsley, o próprio príncipe manipulador estava sentado no trono, aguardando a vinda do grupo. Tochas se acendiam com uma iluminação azulada. E Belial permanecia sentado no trono de forma indisplicente.




- Interessante plano, mas... óbvio demais. Achavam mesmo que os mortos-vivos, na porção mais frágil do dia ficariam realmente indefesos? Mas devo admitir que esperava mais pessoas. Vejamos... Se jurarem lealdade para mim, darei bastante benefícios. E então?

- Nunca seu cachorro miserável! Minha família foi dizimada graças aos teus demonios! Morra! - Tolini foi a primeira a reagir para atacar Belial, empunhando suas espadas, partiu de imediato para atacar o príncipe. E em apenas segundos, foi vencida com apenas uma garra do indicador de Belial que cravou-se na testa da arqueira. Caindo morta de imediato, Lerinya foi rápidamente tentar ressucitar, mas era a segunda a ser abordada pelo Príncipe.

- Na-ah... não faria isso. Vai falhar. - Belial puxou seu dedo, onde a alma da arqueira se desprendeu de seu corpo e foi consumida pela boca do demonio príncipe. - Agora... sua vez, cara Lerinya. Conheço seu tipo... sacerdotisa há tempo... foste mentora de Thysyrael e claro... está noiva dele. 

A posição para uma clériga como ela era não era nada fácil. Belial era alguém que eles não estavam preparados. A hesitação, o medo, a perda... eram todos os problemas que compunham o ar.

- Tempo acabou....

- Eu nunca me entregarei a ti e venderei meus amigos! - Reclamou a sacerdotisa que começava a preparar uma reza.

- São todos iguais o fim.

O que Belial fez com a sacerdotisa foi desumano. O príncipe manipulador realizou todos os tipos de tortura em que a vida da clériga não seria tirada. Os gritos e gemidos de tortura que escaparam da boca começavam a se misturar com as imagens que Castro tinha assistido até então. O medo... o medo era infindável.

- ... - Belial virava-se para Castro depois daquela sessão de tortura e sorriu doentio. - Castro...?

Medo, tremor, frio, mas sem hesitação.

- E-eu... eu... eu juro minha profunda lealdade ao príncipe manipulador, o grande demonio Belial. - Castro curvou-se para Belial, temendo por perder a vida. Não ia ter outro meio e sabia disso.

- Fácil... Mas fique esperto... te manterei numa coleira bem apertada, cachorro harpista. Primeiro, vai me dizer tudo o que quero saber e depois... depois vai voltar para Astarta como o único sobrevivente... E claro... para mostrar que foi uma luta decente... - Ainsley foi quem se aproximou do harpista e o espancou para se aproximar ao máximo da realidade.


Quando Castro retornou a Astarta, os mortos-vivos deram apenas dois dias, e depois fizeram o assalto completo, derrubando a defesa mais sólida até então existente.

Fim de um capítulo

terça-feira, 10 de julho de 2012

Desejo de um lar - parte I

   Acho que quando chegar a época que eu não puder mais andar... nem viajar, terei uma casa num local mais isolado possível, mas não longe de um vilarejo de hobbits. Nunca vi um povo tão festeiros como essa gente. 

   Acho que encherei meu quartos com as constelações e grupos de estrelas que mais amo, desde as mais pequenas e as maiores que tenha visto até hoje... e se tiver sorte, pedir para um gnomo ilusioninsta, poderoso o suficiente para deixar o teto parecido com o céu à noite. Mas cada noite, gostaria que as luzes das estrelas fossem diferentes...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Contos Sem Fim II - Desesperos de um traidor (parte II)

The Full Course For Candy Addicts   A semana começou como qualquer uma. Scion tinha mandado um mensageiro avisando que estaria chegando em Astarta em alguns dias. Os portões estavam extremamente segurados contra qualquer investida. Prontidão de ouro.


The Full Course For Candy Addicts   Scion trazia informações sobre uma possível investida. Porém quem estava liderando não eram os paladinos caídos. Não, era pessoalmente a própria Ainsley, a porta-voz de Charnel, que estava liderando as tropas. Era pela primeira vez a ocasião em que os mortos-vivos estavam investindo. Até agora eram apenas os infernais e abissais que tentavam e falhavam miserávelmente. 

   Poucos tinham sobrevivido para contar sobre Ainsley. Seu próprio nove carregava um peso relativamente grande por sua eficácia em eliminar qualquer um que tentava se aproximar. E agora, liderando tantos corpos que um dia lutaram pelo bem, experimentos e aberrações que procuravam se alimentar da própria carne humana, e até mesmo os poderosos e lendários mortos vivos como os vampiros, lichs e lordes mumificados, simplesmente obedeciam Ainsley de maneira fiel.
The Full Course For Candy Addicts
   Castro e sua elite eram bem treinados a ponto de poderem segurar cada um, cada paladino caído. Mas a verdade que até agora eles apenas tinham lutado com corpos que receberam vida novamente de modo profano, nada se assemelhava a levantar os mortos. E inocentemente acreditavam podiam barrar Ainsley de narizes empinados.

   O reide levou mais de 120 dias. Astarta estava com baixas enormes, as tropas caídas logo se levantavam para atacar o que antes eram aliados. Era interminável e incansável enquanto a fatiga humana começou a se manifestar fortemente entre os soldados que estavam desmoralizados. Planejando tombar Ainsley, a general, seria a melhor forma de colocar aqueles corpos ambulantes em estado congelado. Seriam alvos fáceis enquanto não tivesse um cérebro comandando eles. E assim, na centuagésima e vigésima quarta noite, o assalto ocorreu.

   Castro liderou seu próprio grupo de elites. Uma exímia arqueira que se chamava Tolini foi responsável em fazer o reconhecimento. Domorou pouco tempo para a mesma retornar com a informação.

- Mortos vivos devem realmente ser lerdos, não possuem percepção boa. Devemos prosseguir e pelos cálculos de Tolini, teremos de lidar com uns vinte mortos vivos caso nos descubram. - Comentou Castro ao tentar pensar numa solução de atrair Ainsley.

- Sim... e me parece que a general deles está sentada num trono portátil, puxado por duas bestas enormes. Assemelham-se um tanto com cães de guarda draconianos.

[continua...]

terça-feira, 1 de maio de 2012

Contos Sem Fim II - Desesperos de um traidor (parte I)

   Existem muitas histórias sobre traidores. Este é apenas mais um deles. É sobre Castro. Por muito tempo foi um harpista como todos os outros. Lutou ao lado dos paragons, foi importante agente por muitos anos e também foi sempre um aliado dedicado. 
   Mas as pessoas mudam, principalmente quando suas crenças são completamente destruídas. Com Castro não foi diferente. Quando menos se esperava, havia se entregue à falta de esperança por completo...




   Astarta ainda era jovem. Estava bem pronta para uma guerra iminente, mas não preparada para surpresas. O fato da grande muralha ter caído foi porque alguém vendeu informação, ou a informação simplesmente vazou. Era um dos harpistas, agentes que deveriam estar trabalhando para fortificar e manter o Rei Luc pronto para qualquer problema. Ao todo eram seis harpistas que eram o conselho. Considerados o de rank mais alta. Trueno, Scion, Thysyrael, Castro, Lafayette e Lerinya.
 
   Lafayette e Lerinya eram as encarregadas de darem as aulas, enquanto o restante acabava por realizar as investigações. Lafayette era uma Paragon humana que tinha recentemente subido a este cargo devido a sua proeza em Faerun; não só treinava novatos agentes e batedores como tornou-se uma das generais de Astarta. Lerinya já era famosa por eras por causa de suas magias. Thysyrael seguiu sua tutela por um bom tempo até completar os estudos sobre os bardos astrólogos, pouco tempo depois foi requisitada a voltar para resolver problemas maiores, assim Trueno assumindo sua posição mais tarde.

   Scion tornou-se uma ótima agente onde manteve suas investigações e contatos, por mais que precisasse agir da forma mais suja necessária. Embora seus métodos fossem questionáveis, ela sempre trazia as informações necessárias.
 
   Thysyrael tornou-se secundário por estar ainda em treinamento quando chegou em Astarta. Foi importante ao recrutar novos candidatos para os Harpistas. Não era qualquer um que ele simplesmente podia enfiar dentro do grupo semi-secreto.

   Castro recebeu papel de se tornar batedor. Aqueles harpistas que estavam prontos após passarem por testes, eram levados por este batedor para proteger as terras de Astarta de possíveis infiltradores ou mesmo ataques surpresas. Sua fama de sempre manter um trabalho quase sem deslizes chegou a dar folga para a guarda por muitos anos. Castro chegou a treinar até mesmo um grupo de batedores elite. Mas nem tudo dura para sempre. Por mais que tivesse encontrado e treinado o melhor arqueiro, a melhor feiticeira, a melhor ladina, o guerreiro mais forte de Astarta e o druida mais poderoso, uma hora algo ia ceder. O ego do batedor tinha subido às alturas e seu maior erro foi ignorar as palavras que Scion tinha a dar.

[Continua...]

segunda-feira, 16 de abril de 2012

É possível ser feliz sozinho?

A pergunta que nunca se cala, "É possível ser feliz sozinho?" *suspiro*
Precisa de muita maturidade para poder balancear a solidão. Não é algo que simplesmente pode acontecer em apenas um segundo e logo no outro desistir. Solidão é algo que se adquire, querendo ou não. 

Aqueles que obtém por simplesmente não possuírem escolha são pessoas que acabam endurecendo na vida. São pessoas admiráveis que passam por dificuldades enormes e acabam evoluindo. São pessoas que possuem os pés fixos na terra e não importa se possuem crença, farão ou terminam consigo mesmos tentando fazer.

Já aqueles que optaram por ter sua própria companhia, resultam de um trauma forte que sofreram. Pessoas que perdem partes de suas sanidades, partes de suas perícias sociais e pessoas que acabam desistindo. Varia de cada um, varia de como pode ser encarado a situação. É muito fácil julgar a teus olhos sobre a situação alheia. Infelizmente existem tolos aos montes que julgam sem nem passar pela situação. E só, somente só, terão consciência de como ou o quanto ruim é. 

Por fim, o terceiro onde dentre a opção de solidão, são aqueles que acabam ficando reclusos por causa da própria personalidade. Passam a desconfiar de todos, ve os outros como apenas pessoas que não lhe adicionam nada em sua vida, e socialmente abandonam tudo, preferindo ficar só confiantes a si mesmos. O mundo visto por esta gente é preto e branco. São poucos, mas esta gente geralmente mistura qualquer classe social e sofre penadamente.

E então, é mesmo feliz ser sozinho? 
Sim, pois sei quando vou falhar.

domingo, 1 de abril de 2012

Contos Sem Fim I

Em um reino bem, bem distante, uma rainha poderosa tinha acabado de dar luz a seu décimo terceiro filho. Frustrada por não conseguir ter uma menina, a rainha começava a se desperar. Alguns anos atrás, havia prometido a uma bruxa que lhe daria a oportunidade de se casar com o príncipe, se mais tarde, desse a ela uma menina.

E conforme o tempo foi passando, a bruxa finalmente veio buscar o preço dado. Descontente pela rainha não poder lhe entregar uma menina, amaldiçoou os treze meninos, transformando-os em corvos.

Desesperada por uma solução, a rainha procurou por ajuda até encontrar um velho sacerdote que lhe ajudaria sem troca de favores complicados. Avisou a ela que ao dar luz ao 14° bebe, uma menina viria para iluminar aquele castelo obscuro pela ausência dos meninos. Ainda instruiu que quando a princesa atingisse seus doze anos, deveria ir para a bruxa, serví-la como uma menina muda pelos próximos dois anos e só assim, quebraria a maldição de seus irmãos.

Esta princesa que mais tarde nasceu, aprendeu a amar, e acima de tudo, amar seus irmãos que em forma de aves, sempre a observavam. Ao completar seus doze anos de idade, ela partiu decidida a recuperar seus irmãos.

Bateu na porta daquele pequeno casebre da bruxa e se instruiu como uma servente, uma servente esperta mas muda.

Paciente, passou pelos momentos mais difíceis da vida onde poderia ter seus irmãos por perto, uma solução possível, mas nunca pode falar absolutamente nada. Silêncio que mostrou sómente uma prova, o seu amor por eles.

Nesse meio tempo, a bruxa acabou caindo num buraco que a floresta lhe pregou, perdendo a vida. E mesmo assim aquela maldição não se desfez. A última opção que sobrava, era de permanecer até cumprir a data do silêncio.

E assim quando aqueles dois anos se completaram, um a um, seus irmãos desceram das árvores e ficaram de frente à Princesa, seus corpos retornando à forma humana. Emocionada com a cena, pela primeira vez em anos, a Princesa Silenciosa chorou soluçando fortemente enquanto foi abraçada por todos os seus treze irmãos.

domingo, 25 de março de 2012

Seres Peculiares Parte VI

É tão divertido ver criaturas diferentes se aventurando em meios diferentes. Eu acho que uma mestiça de ninfa se aventurar em um caminho diferente do acostumado de sua natureza, deve ser algo bem interessante e raro de se encontrar. 

Mas o fato dela tomar o caminho do canto intriga mais ainda quando ela mesma possui aversão por seres de orelhas não ponti-agudas. Uma controvérsia que geraria uma observação ainda maior, 'por que ela escolheu ser cantora se odeia tanto assim?'. 

Infelizmente não é do tipo que procura atrás de relacionamentos. Minha observação própria inclui que ela é bela e divertida. 

Ela é mais uma da vítima da ilha de Tymofarrar. São tantas vidas que as vezes penso se há alguma chance de conseguir resgatar tantos. O regente anterior foi derrubado, obrigando a fazer com que se refugiem num local isolado de recursos limitados. E eu sei, isso ainda é como uma prisão até para Melantha.

sábado, 17 de março de 2012

Noite Estrelada


Muitas vezes durante a noite, enquanto todos dormem, algo me tira o sono. Pode-se dizer que seja o ditado "Reclamar de barriga cheia", mas eu sinto um vazio enorme. É como se por mais que tivesse companhia ao lado, há como sentir um vazio sem igual e imenso dentro de si mesmo. 

É como se um mundo preto e branco infestasse tudo que é de seu sonho e tomasse de ti cada gota do que lhe foi vívido. 

Todos me vêem como o maior tolo que se faz de bobo. Que gosta de provocar e ao mesmo tempo faz rir aqueles que são mais quietos. Mas no fundo, por mais que goste fazer as outras pessoas rirem, eu sinto falto de algo. 

Por que será que sinto tanto este vazio? Talvez eu realmente não tenha encontrado ainda aquela pessoa que me fará feliz, que me fará rir, que me cubra esse vazio que me foi deixado. 


Uma vez uma barda, aquela que me deu inspiração, mencionou para mim que possuo um aspecto melancólico. Bom, não deixa de ser verdade. Saudade de conversar com esta criatura.



domingo, 4 de março de 2012

Maldição Inesperada

Pensar que quando fui em busca dela, ela estava se tornando uma pessoa mais reclusa, evitando mais ainda o contato social. Foi difícil me reaproximar de um bicho que certamente poderia virar uma fera a qualquer momento. 

Ayrith me recebeu com uma bela bocada e várias arranhadas. E tenho que confessar que isso não foi das coisas mais gentis que ela fez, além da flechada que levei há uns cinco anos atrás ao achar que eu estava mirando diretamente contra à dito cujo e inteligente elemental.

Se não fosse a experiência nos estudos dos Harpistas, certamente, eu acho que teria me ajuntado a ela seria mais desse bicho horrendo. Sinceramente, isso não me encanta. Esses animais trogloditas são fortes, mas são... simplesmente... animais! Odiaria o fato de ter que ter tanta pelugem de baixo da minha roupa e... tá, vamos deixa isto para outra hora mesmo, não? Afinal... ter corpo levemente feminino... e ter pelugem assim em excesso? Bem, eu gosto de mais listo. - Risadas -

Quando o Herói de Neverwinter, que trouxe Aribeth de volta, foi procurar a cura dos reagentes dos quatro animais, ele se deparou com um fato inesperado de uma praga de lobisomens. Ele foi astuto e ao mesmo tempo observador suficiente para não ter que matar esses animais e criar uma cura. Cura que foi perdida, a receita, mas algumas informações estava guardadas na Igreja de Tyr ao norte de Neverwinter e foi com isso que consegui. Uma corrente que deveria ficar ao pulso dela e controlar uma possível segunda personalidade que ela estava desenvolvendo. - Suspiro - 

Ayrith já não era mais a mesma. Estava mais fria. Não reagia mais aos meus carinhos. E tinha dificuldade de controlar suas emoções após se transformar. Sei que um dia, mesmo com essa corrente de proteção, ela não vai mais poder voltar a ser o que era. Será que eu conseguirei curar ela? 


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012


Agora mesmo, aguardo ela a retornar depois de sua prova dos 20 dias. O que será que aguarda ela nessa floresta tão densa de Neverwinter? Eu confesso que é raro uma genasi do ar aparecer nestas regiões da Costa Leste. Deve ter sido estranho para o Círculo e ao mesmo tempo interessante.
Seu temperamento forte e a dificuldade em se envolver socialmente deve deixar ela em paz, estar em meio à natureza sozinha. 


Essa espera realmente me enlouquece. Será que aprendi a ser impaciente com ela? As vezes tenho vontade de adentrar a floresta sozinho para ir em busca dela e ver se ela não corre nenhum perigo ou apuros. O que faço? Certamente não quero que ela perca esse teste de aptitude e seja desqualificada por causa de minha presença. 


ARGH... acho que vou fumar. Ao menos acalma meus nervos, e talvez não só isso, não? Se eu tivesse ao menos alguma coisa que me fizesse passar o tempo...


Hmpf... e o pior de tudo é que eu ainda estou incapacitado. MALDIÇÃO! 

Relatos de um Bardo II

Incrível como mesmo depos de vê-la mais vezes, acabando caindo de amores por essa pessoa. E ainda sim, ela continua com a mesma pessoa, juntos, enquanto eu fico observando de longe. 

Não posso fazer nada, completamente nada. O amor pode ser bonito e ao mesmo tempo torturante. Toda vez que a vejo, conversamos, me sentia como se ela fosse o único Sol em minha vida.

Estranho que mesmo depois de anos, tendo posto os pés sobre a estrada, nos reencontramos de uma forma tímida e mesmo assim, bastou apenas algumas palavras para conversarmos de novo como velhos amigos. 

Sabe quando tu encontras aquela pessoa que te completa em todos os sentidos e simplesmente está fora de seu alcance? Me senti assim mesmo tendo ela em meus braços. O coração dela pertencia a outro. E o que me sobra diante disso? Apenas um pequeno sorriso triste, sentado no gelado chão e encostado em uma árvore que mal me dá apoio. 

A noite é fria e aconchegante. Selune com certeza me faz companhia todas as noites desde que entrei para estudar com Oghma

Meu peito dói, minha garganta prende-se num nó, meus olhos lacrimejam sem parar. E pensar que ela ainda preferiu pensar naquele homem mesmo nos últimos momentos de vida.



sábado, 18 de fevereiro de 2012

Relatos de um Bardo I

Esse fato ocorreu há um pouco mais de 20 anos atrás de minha vida. Foi a primeira vez que toquei os pés num outro plano. Estranhamente compartilhava muitos traços de onde nasci, mas carregava linguajares diferentes. Foi a primeira vez que pude ter contato com algumas raças raras e também foram os meus primeiros passos após me tornar harpista. 


Bom, exatamente com o que coletei, consegui guardar pequenas amostras de três tecidos raros que existem como praga infestante. Pelo medo dos próprios humanos, afastaram-se da melhor maneira possível para evitar contato. Estranhamente, os próprios extra-planares também evitam de se aproximar.


O primeiro deles... de forma comum foi a licantropia. É uma maldição que ocorre, e em muitos casos, tive a sorte de não me tornar uma. E curiosamente ele se alastra com os ferimentos que os lycans podem causar. O grupo que foi comigo investigar, bem, todos se tornaram após uma batalha.

O segundo grupo são os mortos-vivos. Todos acham que é magia profana quando os mortos vivos andam a procura de qualquer coisa, obedecendo cegamente os seus senhores. Bem, nesse local onde visitei, mortos-vivos era uma doença. Uma vez que contagiado, a pessoa passava por um período de degeneração mental, até se tornar um ser que procura por comida apenas. Terrível...


Por último, eu mal consigo achar a explicação certa, mas das três vezes que arrisquei a visitar o local, as coisas eram diferentes. Eu acho que a evolução tornou-se parte do objetivo desta raça que desesperadamente engole suas vítimas e fragmenta em informações em busca de uma forma perfeita. Eu... sinceramente espero não encontrar mais os filhos da rainha. 


Uma pena que tenha tanta pressa, mas gostaria de continuar meus relatos... Meu olho perdido está sendo curado. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Campeonato de bebida


Por muito tempo bebi, bebi para poder esquecer o que tinha acontecido. Bebia só para saber que esquecia. Aproveitaram-se de mim, me roubaram, fizeram de tudo. E o que restava, era expulso da taverna por não poder pagar nada. E o pior? Estava no auge da minha adolescência.

Sinceramente, hoje eu não me arrependo, pior, me divirto. Mas álcool perdeu seu significado. É bom para tomar só para sanar as dores e para me fazer com que possa descansar depois de um dia longo e pesado.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Seres Peculiares Parte IV

Saudações minhas àqueles que mal existem, e os poucos amados. Hoje falarei de uma interessante elemental chamada Ayrith, que compartilhou muitos alvos ao meu lado em jornadas em que nunca imaginei onde ia. Introvertida com sérios problemas de comunicação, essa genasi do ar tornou-se uma mulher diferente das que fácilmente caíam sobre meus braços. 

Não é alguém muito paciente, e isso faz jus às habilidades de arqueira, disparando flechas de maneira tão rápida. Ouso dizer que é uma pessoa com sérios problemas de insegurança, preferindo não lidar com relações sociais. É uma pena que seja assim, afinal possui uma beleza muito diferente. 
Essa cicatriz que carrego sobre meu peito, bem pequeno aqui, é de uma flechada que essa louca disparou. Pois bem, pelo menos naquele dia, a atuação funcionou bem. Deu para evitar um mal pior com um custo meio carinho. Me deixou numa situação em que QUASE precisei rezar.

Uma pena que seja tão independente. Ela seria uma excelente arqueira quando precisar...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Vazio nada preenchido

Por muitas vezes, até mesmo depois de ter conseguido o que lutei por anos, acabo deparando-me mais de uma vez com um vazio enorme que até então estava ocupado com meus tolos objetivos. Muitas vezes até mesmo a mente mais sábia acaba caindo num abismo onde vai se sentir perdido, sólo, com frio e à procura de algo acalentador. 

No dia que finalmente achei que tinha terminado tudo o que fiz, senti finalmente um vazio começar a me devorar de dentro para fora. Ele foi retirando cada fôlego que tive para respirar, ele me retirou todas as cores que enchergava, e me retirou o que mais prezei por amor, por tolisse, por ignorância e por conceitos racionais.

Fui tolo todos esses anos em acreditar que eu poderia ser feliz sólo. Me enganei, e é um caminho que não tem mais volta. Sinto saudades de um anjo da raça dos criadores, sinto saudade de uma forasteira, sinto saudades de uma barda que me é símbolo de inspiração e admiração, sinto saudade da gente velha, sinto saudade do que não encontrei. Sinto saudade de viajar, sinto saudade dela, sinto saudade de servir um rei, sinto saudade de ter cuidado dos últimos dela, sinto saudade da minha infância que corri livremente. 

Olho para minhas mãos agora... se tornaram tão habilidosas para que? Posso realizar coisas que jamais pensaria. Posso mesmo inclusive superar até alguns dos mais poderosos feiticeiros. Hoje jogo fora o nome dos Harpistas. Hoje, dou meu primeiro passo para a queda.

Começar a tirar vidas não parece difícil. Ser traiçoeiro também é de uma diversão que nunca poderei medir o quanto me alegra. Sim, tirar dos outros, o que me foi tirado...

Palavras encontradas num pergaminho perdido pelo tempo, por algum anônimo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sublime Chord



"Saudações, raríssimo leitor, vento morto, chama apagada. Trago-lhes uma novidade interessante. Cômicamente, escrevo em este diário quando sólo eu terei o prazer de reler inúmeras vezes. Hoje é um dia negro como qualquer outro, como qualquer outra entrada. Mas o que fará de diferente eu dar essa entrada? Simples. Meus olhos não são mais os mesmos! 


... 


CALMA! Não, não fiquei cego! Muito menos tive meus olhos arrancados! Não, eu mudei meu ângulo de vista! Eu estou em uma época de reaprendizado. Continuo como sempre, o bardo tolo e rancoroso de sempre, mas agora descobri um antigo método de poder passar a barreira dos próprios músicos. Sim...! Nós não mais seremos limitados a simplesmente... sermos limitados!? Antigos documentos revelaram que além das profissões normais, além das especializações, antes de alcançar o mestrado ou mesmo durante o mestrado, existe uma área onde os bardos podem se focar. Basta mudar o método de estudo, e o método de aprendizado, afinal música e magia, são os mesmos.


Desde que iniciei os estudos, algum tempo para 'cá tenho ouvido sons... Sons que são além do alcance mortal... sons que não podem ser definido, nem mesmo arcanamente, mas sim, até acima do divino. Com estudos mais aprofundados, esses sons diferentes, impossíveis de serem reproduzidos se tornam mais fortes... Foi então que o próprio livro me ensinou que antes de tudo, existe até mesmo a Primeira Música. 


Ha,ha, devo estar delirando, mas nem mesmo as passagens por planos tem me dito o que é excepcional. Nada me fazia apetecer tão forte quanto essas músicas que nenhum deus, nenhum mortal, nenhum imortal e nenhum-nenhum conseguem criar. Este som... esta música, essa grandiosidade... esses 'delírios'... são das ESTRELAS!"